Sem Futebol Feminino, equipes masculinas brasileiras ficarão de fora da Sulamericana e Libertadores 2019

Uma das maiores expectativas de quem acompanha e de quem vive o futebol feminino brasileiro está sobre a obrigatoriedade dos clubes terem equipes de futebol feminino para disputar a Copa Libertadores da América e a Copa Sulamericana a partir de 2019.

Se não tiver time feminino PRÓPRIO, COM ESTRUTURA PRÓPRIA, não joga,  mas...

...Até o momento não vemos notícias de clubes que, já pensando nisso, começaram seu planejamento 2018 também estruturando e pensando em um departamento de futebol feminino e um time feminino e respectivamente sobre recursos, estrutura, material humano, patrocínios e marketing para sua respectiva equipe feminina. Claro que temos alguns poucos que já vem trabalhando desde 2017 ou até antes, mas são poquíssimos casos.

Na temporada 2017, cerca de 14 clubes brigaram pelas vagas do brasileirão masculino destinadas à Copa libertadores e Sulamericana. Logo, pela lógica, mais da metade dos clubes que disputarão a Série A 2018 já deveriam estar se preocupando em montar suas equipes femininas, de acordo com o planejamento masculino e suas metas para o ano de 2018, afinal deverão estar com equipes montadas e disputando competições oficiais para que possam disputar as competições da Conmebol em 2019. 

Dada a cultura brasileira e cultura do nosso futebol, para muitos clubes do futebol masculino e seus dirigentes o futebol feminino ainda é um tabu visto de forma machista e por isso somente veremos agremiações definindo suas equipes e departamentos femininos, à contragosto, próximo do fim da temporada masculina 2018.

Em um pensamento lógico esses clubes deveriam, no mínimo, disputar competições estaduais de futebol feminino já na temporada 2018 e buscar assim também suas vagas para o Brasileiro Feminino 2019 das séries A1 e A2 para então estarem aptas para as competições masculinas da Conmebol 2019. 

Além disso os clubes "tradicionais" masculinos deveriam se aproximar dos clubes de tradição do futebol feminino e então  buscar junto à CBF que houvesse o retorno da Copa do Brasil de Futebol Feminino com maior número de clubes, até porque, acabar com tal competição é considerado por muitos do futebol feminino nacional como um erro uma vez que assim se reduziu a oportunidade para clubes do futebol feminino mostrarem seu talento além de reduzirem o calendário de muitas equipes em apenas 2 jogos no ano e olhe lá.

Com o provável "aumento" de equipes de futebol feminino será necessário também o aumento de competições, com um retorno da Copa do Brasil,  e/ou o aumento de vagas nas competições existentes - (brasileirão feminino). 

Vale lembrar que a Copa do Brasil Feminina foi extinta com a alegação de que a CBF não conseguia custear o brasileiro e a Copa do Brasil, apesar do fato de que o Brasileiro Feminino SEMPRE foi custeado pelo patrocínio da Caixa Econômica Federal que detém o "nome" e direitos da competição. 

É preocupante e enxergada de forma negativa uma possível entrada de clubes do masculino com seus times femininos em competições somente no ano de 2019. Assim se torna fácil esperar definir a classificação às competições continentais masculinas para só então definir se montarão ou não suas equipes femininas. 

Se essa lógica for de fato seguida o Brasil possivelmente teremos poucos ou raros clubes masculinos brasileiros nas Copas Sulamericana e Libertadores 2019.

Não que seja uma preocupação ter clubes masculinos fora dessas competições, mas o que preocupa é a falta de ações adequadas, pensadas e estruturadas dentro do próprio Brasil criadas de modo não para que se cobre dos clubes a criação de equipes, e sim para que SE ESTIMULE a criação e manutenção de equipes femininas e a aproximação da modalidade com a sociedade e cultura brasileira, além de aproximar o esporte de todas as marcas nacionais que podem ser potenciais investidores/patrocinadores por atuar no mercado de moda/consumo feminino e também das empresas ligadas ao esporte no país.

É preciso compreender que a obrigatoriedade de clubes não é suficiente para desenvolvimento da modalidade. Vivemos de tapar o sol forte com peneira e não de criar soluções efetivas para a modalidade.

Além de ações efetivas e inteligentes, é preciso a existência de fiscalização e maior rigor por parte da própria CBF sobre essa questão, criando resoluções, cobrando federações estaduais por metas e números melhores sobre o futebol feminino em todos os estados da federação, pois cabe à instituição fazer muito mais pelo futebol feminino do que apenas gerenciar as seleções femininas.

Comentários

  1. SERÁ QUE AS ENTIDADES ESPORTIVAS IRÁ MANTER ESSE REGULAMENTO?

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    1. Bom dia! Se tratando de futebol brasileiro, é possível que, ao se aproximar 2019, clubes brasileiros tentem algo contra essa medida.
      Ela pode ser extinta ou até pode ter o prazo para que seja implantado time feminino aumentado, dando mais tempo aos clubes, mas só o tempo realmente dirá como ficará a situação em 2019!

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