Futebol Feminino: Um título que não esconde a necessidade de planejamento


Ontem a Seleção Brasileira de Futebol Feminino, comandada por Jorge Barcellos, ganhou o primeiro título desta nova empreitada ao vencer a Dinamarca por 2 x 1 no dia de ontem, domingo.

O que todos esperam é que o título do “Torneio Internacional Cidade de SP” coroe esta nova fase da Seleção em que o apoio da CBF e do Ministério dos Esportes seja massivo.

Erica marcou os dois gols da vitória e foi destaque no torneio.


A conquista não esconde, de forma alguma, os problemas que há décadas são conhecidos.

O foco da nova fase de preparação visa não só a conquista olímpica como a conquista do inédito título mundial, conquistas essas que são almejadas há tempos, mas que não aconteceram até hoje pelo descaso e falha no planejamento da Confederação Brasileira de Futebol, que não temos certeza se em algum momento existiu.

Se o foco são títulos não há como não se preocupar com os alicerces do futebol feminino brasileiro. Faltam campeonatos e/ou torneios estruturados que visem o desenvolvimento da modalidade nos quatro cantos do país, falta preocupação em formar atletas de base para que a renovação seja constante e assim títulos sejam conquistados.

Falta metodologia de treinamento, definição da forma de jogar desde a base até a categoria principal para assim solidificar e tornar o estilo de jogo da seleção inconfundível e algo intrínseco e que toda jogadora que atue na base leve até a seleção principal sabendo exatamente a forma de pensar, treinar e jogar.

Cabe à CBF e Min. Dos Esportes criar o centro de desenvolvimento de futebol feminino focado na formação e aperfeiçoamento das atletas na parte técnica, física, educacional e psicológica.

Precisam ser traçados também como será a distribuição de olheiros por todo o país. Muitos estados não têm competições oficiais e isso prejudica não só as atletas, mas também a modalidade que perde talentos pelo simples fatos da falta de um plano de ação no que diz respeito à observação destas atletas.
A meta de curto prazo está definida: a conquista do título olímpico. Já conhecemos a meta de médio prazo que é a conquista do título da Copa da Copa do Mundo e a de longo prazo é mais complexa, pois está relacionada a alguns fatores:

·       Se preocupar com a observação e o trabalho das seleções de base tanto no que se refere a atletas como de novos profissionais de comissão técnica que podem e devem ser observados Brasil a fora,
·       Tornar a modalidade mais popular,
·       Dar condições para que a modalidade evolua,
·       Trazer a Copa do Mundo da modalidade para o país,
·        Fazer o slogan “Brasil – País do Futebol” soar menos hipócrita, pois o futebol feminino ainda é esquecido,
·     Planejar e viabilizar oportunidades à ex atletas qualificadas à frente ou no processo de evolução e estruturação da modalidade no país,
·        Alcançar e manter a o futebol feminino brasileiro no topo do mundo.

Pra que isso aconteça, muita coisa precisa acontecer, mas o principal é pesquisar, planejar, desenvolver e implantar uma nova forma de gestão que foque o futuro da modalidade.

O Futebol Feminino precisa de ações permanentes e não apenas de ações para poder dizer que estamos tentando fazer algo. De mentiras e hipocrisias já estamos mais do que “satisfeitos”.

Comentários

  1. caro amigo tudo o que vc está comentando aqui hoje pra mim e importante, mas a mais ou menos 12 anos atrás eu já propus realizar um trabalho desses nas categorias de base da CBF, mas o projeto acredito nem ter sido apresentado ao comando das seleções da cbf, portanto em minha opinião o verdadeiro câncer do futebol feminino chama-se "Paulo Dutra", um funcionário de carreira dentro da CBF e que não admite ser contrariado e que acha que suas opiniões é que valem; esse senhor está ai na supervisão do futebol feminino desde 1991 no primeiro campeonato mundial na China onde fomos humilhadas, portanto se em 20 anos o futebol feminino no Brasil continua da mesma forma, o grande responsável por isso é esse senhor...
    Mudanças precisam acontecer sim, mas de cima pra baixo não como eles querem; a mudança de postura das atletas de nada adiantará se não se mudar o comando das seleções.

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  2. Infelizmente, o futebol feminino ainda n ão é rentável o bastante para receber incentivos massivos de nossas autoridades esportivas, quando deveria ser justamente o contrário.
    Veja-se o caso do Santos cujos jogadores após a derrota humilhante para o Barcelona se renderam à genialidade do futebol espanhol: técnica? Não! Gestão! É só isso que falta ao futebol brasileiro!

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  3. Miriam...Tem toda razão, tb fiu atleta de seleção brasileira e posso afirmar que o "cancer do futebol feminino" se chama Paulo Dutra, enquanto esse cidadão estiver lá o futebol feminino não vai sair disso. Alguém viu a convocação? Primeira para as Olimpiadas...Onde estão as titulares?? Não convocam prque elas não abrem mão do salário de fora para ganhar uma merreca que a CBF paga de diária, qualquer trabalhador que é diarista, ganha mais que elas (50 reais por dia) e tem mais a CBF não paga a passagem delas se não for para competição, por isso essas seis convocações será pura enganação, as boas mesmos não poderão comparecer em nenhuma delas. FORA PAULO DUTRA!!!!

    Valeria

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