Futebol Feminino: O dia que o Japão mostrou que planejar dá resultado

O dia em que o Japão, 4 anos antes do esperado pelo planejamento que o país fez, conquistou a Copa do Mundo da Alemanha de Futebol Feminino (e conquistaram também a prata nas Olimpíadas de Londres 2012).

O futebol feminino japonês vinha se preparando para estar entre as melhores do mundo até 2015 (em um planejamento de 10 anos - 2005 a 2015).
Os EUA vinha acumulando títulos desde 1991 (por 20 anos até 2011) e agora fez um novo planejamento de 2012 a 2032 (mais 20 anos).

Outros países em todo o mundo vem crescendo, se planejando e se organizando, uns até aparentemente bem pouco mas estão buscando evoluir e isso é o que importa.

E o Brasil? O que estamos fazendo? Qual nosso planejamento? Qual nosso foco? Estamos tentando nos impor ou apenas lutaremos para "sobreviver" e nos manter entre as 4 ou  melhores do planeta? E a nossa base? Se estamos buscando a evolução, por favor, me contem porque a impressão é exatamente a oposta!

Nosso futebol feminino ainda não aprendeu a movimentar suas linhas de jogadoras, acompanhar com disciplina os movimentos de jogo, afinal a maioria dos "profissionais" do futebol feminino não sabem fazer isso. Carregamos demais a bola enquanto as demais seleções procuram tocar mais e ir avançando, como soldados em uma guerra avançando suas linhas até conquistar a trincheira inimiga. No futebol masculino brasileiro a forma de não saber jogar não é diferente, mas vamos focar no feminino.

Temos habilidade, mas não sabemos tirar o melhor desta habilidade para o trabalho em grupo, afinal por mais que exista habilidade o futebol é composto por questões técnicas, táticas, físicas e psicológicas que são trabalhadas ao longo do tempo e pra isso deveria existir TRABALHO DE BASE, uma coisa que no Brasil é meio que um conto de fadas ou uma anedota.

No caso do futebol feminino a culpa não é das nossas atletas! Elas são muito habilidosas, mas elas não tiveram um trabalho adequado de base para estudar, aprender e entender o futebol. Poucas tiveram alguém que lhes treinasse com qualidade dos seus 13 aos 16 anos, por exemplo. Não estaria exagerando se eu disse que nenhuma delas teve isso. Então cresceram, em sua maioria, sem "direção" e aprendendo com a imprensa e o povo brasileiro que bonito é driblar 5, 6 e tentar fazer o gol sem saber o que cada posição faz dentro de campo e como todas as funções juntas cooperam para o jogo em equipe e em equilíbrio.

Mas e aí: O que o Brasil, país da olimpíada, está fazendo para suprir isso? Sua federação nacional está de fato comprometida com o crescimento da modalidade? Como teremos uma seleção forte se a quantidade de campeonatos e a qualidade são ínfimas perto do que deveria ser?

Não observamos nossas atletas! Não temos os clubes como parceiros na formação de novas atletas desde a base! Não temos qualificação e reciclagem profissional focado só no futebol feminino... não temos praticamente nada, a não ser a vontade das atletas em continuar, em se esforçar e em fazer dar certo e é por isso, e graças a elas, que o Brasil hoje ocupa a quarta colocação no ranking de futebol feminino da FIFA.

A impressão que tenho no futebol brasileiro fazendo uma comparação bem grosseira (tanto masculino quanto feminino) é que enquanto o mundo joga o Playstation 4 nós ainda estamos comprando o playstation 2 e achando o máximo. Não amigos.. não estou falando que são as atletas que estão ficando para trás, que estão "atrasadas" e sim que a nossa entidade de administração desportiva está caminhando e levando o futebol para qualquer lugar, menos para o lugar certo.

Abaixo está o vídeo da grande final da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2011, onde o Japão mostrou que planejar é preciso e dá resultados.

Comentários

  1. VAMOS APOIAR O FUTEBOL FEMININO BRASILEIRO!

    ResponderExcluir
  2. Pedi apoio nesse país é até uma dificuldade, país que só da vergonha, só pensa em futebol MASCULINO, Carnaval e Mulheres, até parece que só existe homens nessa porra de ''país'' chamada BRASIL, Não tenho o minimo orgulho de ser brasileira!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Deixe seu comentário, opinião, dúvida ou sugestão! Um abraço, Edu Pontes!