FUTEBOL FEMININO: BRASIL x EUA - Um amistoso que preocupa, mas que será um bom termômetro

O amistoso entre Brasil x EUA é um clássico do futebol feminino mundial e sempre expectativa de grande jogo, mas o amistoso que será realizado no dia 10 de novembro me preocupa.

Até onde me consta não houve nenhuma observação dos jogos da Seleção Americana que está em um processo de renovação com atletas em ótima condição geral de jogo (técnica, física e tática) e alguns dos antigos e tarimbados nomes da Seleção, que já jogavam muito, jogando ainda mais. Provavelmente faremos um amistoso às cegas.

A importância das convocadas que atuam nos EUA pode ser muito mais fundamental do que simplesmente dentro das quatro linhas. Talvez elas que tenham a função de passar informações sobre a atual situação e padrão de jogo da Seleção America e atletas.

Outro fator é que, apesar de embarcar com jogadoras de qualidade e algumas bem experientes internacionalmente a seleção brasileira não deve treinar antes da viagem. A equipe se apresenta e embarca para os EUA  no dia 6 (se não me engano) e provavelmente faz trabalhos nos dias 8 e 9  e só.

Vencer ou perder?


Todo mundo quer vencer um jogo desse nível, mas não sei se vencer é nossa melhor opção. A vitória quando não existe uma organização que esteja fluindo no mínimo bem dá aquela falsa impressão de que estamos no caminho certo quando alguns fatores deixam claro que não estamos.

Já a derrota liga o sinal de alerta e obriga atletas e principalmente profissionais a saírem da zona de conforto e obriga, querendo ou não, a analisar e reavaliar uma série de questões.


De qualquer forma, independente do resultado, o amistoso serve principalmente como termômetro para mostrar se nos aproximamos dos EUA na organização e vontade de chegar ao topo (no caso delas, de se manter) ou se elas estão ainda mais distantes de nós. 

2015 está aí. 2016 também não está longe e diariamente circulam notícias de ações concretas de Federações mundo à fora que estão investindo e buscando melhorar no futebol feminino.

Hoje temos o campeonato brasileiro, mas isso não muda muita coisa para a modalidade e para o futebol feminino nacional. Até mesmo à nível de seleção brasileira nada muda se a observação de novos talentos e acima de tudo a preparação dessas não acontece de forma adequada.

Clubes ainda não tem estrutura, a maioria dos campeonatos estaduais tem pouca ou nenhuma representatividade e só agora clubes começam a demonstrar mais interesse afinal a mídia encima do Brasileirão Feminino está bem forte.

Enquanto isso, em outros países, profissionais da seleção e de clubes tem forte ligação e trabalham em sintonia visando a seleção. A observação acontece em todo ou grande parte do país e não apenas em dois ou três estados, sem falar que muitos países fazem um trabalho de base que não começou ontem, e isso faz diferença.

O amistoso me preocupa, posturas me preocupam, mas a situação da modalidade e a visão que se tem no país me preocupam ainda mais. Não vou nem entrar no mérito do que é feito na seleção, mas não posso deixar de entrar no mérito da condição atual (e já antiga né...) da modalidade e da harmonia entre futebol nacional e seleção nacional, que são coisas bem diferentes, porém estão (ou deveriam estar) interligadas.

Muita coisa não depende nem de estudo, diploma ou experiência, e sim de bom senso. Se pensamos em chegar em algum lugar em 2015 e 2016 precisamos mudar e pra melhor.

Vale lembrar que 2016 é uma grande oportunidade de mostrar o futebol feminino brasileiro para o mundo, mas principalmente para o país, para investidores, mídia e afins. Um título não garante apenas a sonhada medalha de ouro, mas uma outra visibilidade para o esporte. Vamos pensar nisso?!

Que venha o amistoso!

Comentários

  1. concordo com voce no aspecto de que talvez uma derrota faça com que a CBF e outras entidades percebam que o futebol feminino no Brasil tem que evoluir,porem, gostaria muito de ver uma vitoria do Brasil em cima dos EUA, apesar de achar que sera um jogo muito complicado para o Brasil ,pois, algumas de nossas principais jogadoras estarao fora da partida, mas mesmo assim estarei torcendo muito para o brasil.

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  2. Oi Edu, acredito que os amistosos são importantes para a seleção e este amistoso com os EUA é muito válido. Dificilmente iremos ganhar esse jogo (com chance de perder de goleada), pq não acredito que Ferroviaria+CentroOlimpico sejam páreos para essa seleção norte americana. Acredito que só em 2004 e 2007 tínhamos time e jogadoras de qualidade para enfrentar de igual para igual as americanas... Com a saída do Renê Simões vieram "técnicos" que não conseguiram manter a qualidade técnica e tática do time. Infelizmente perdermos uma geração de ouro e dificilmente iremos ganhar alguma coisa em 2015 e 16, pois o abismo entre a nossa seleção e as outras se tornou muito grande. Falta ainda muito trabalho de base para a formação de futuras jogadoras e uma liga de qualidade. Ou seja, muito investimento, muito compromisso com o futebol feminino. Além disso, Marta e Cristiane não são mais as mesmas e não contamos mais com Formiga, Daniela Alves, Rosana, Maycon e outras da geração 07. Ainda não consegui ver um padrão de time com o Márcio de Oliveira...Acho que ele muda muito o time, não tem um padrão de convocação e não temos jogadoras de ataque. Nosso ataque é praticamente nulo, que era o que tínhamos de melhor com Marta e Cristiane. Se você olhar a seleção norte americana, as convocadas são sempre as mesmas, mudando uma ou duas jogadoras mais novas, que são testadas para um dia fazerem parte do time principal. Já o Brasil, eu não sei nem dizer qual é o nosso time principal... Só o que ficou claro é que a goleira será a Thais, a Bruna será uma das zagueiras... Talvez a Poliana e a Andressa de laterais.... Fabiana, Marta.... Já o resto está totalmente indefinido.... não sei nem se ele vai manter o 4-4-2 ou vai fazer a besteira de voltar pro 3-5-2 como jogou contra a Austrália naquele jogo horrível.

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  3. Vamos lá. em p´primeiro lugar que escolha péssima de Data de amistosos. Teria Data FIFA uma semana depois, poderia esperar pra fazer esse amistoso. Ou seja faz um amistoso sem saber da disponibilidade das atletas, inclua aí o caso das jogadoras do Foz e do São José. Mostra como a coisa é dirigida nas coxas por aqui. OS EUA pode se dá o luxo de perder um Heath, uma Krieger, uma Rampinoe, nós não temos o direito de ir para um jogo destes sem a Marta e sem a nossa força máxima.
    Uma vitória de 2x0 para elas é uma goleada nossa. Não vamos nos iludir , esperar qualquer coisa melhor que isso diante das circunstâncias. E ao contrário de muitas vezes até estou otimista com a seleção. Márcio Oliveira é o cara ideal para ser treinador da seleção? Não, não é, mas diante das possibilidades caseiras é o que a gente tem mesmo de menos ruim. E não estou achando o trabalho dele tão ruim. Vamos lembrar que ele herdou terra arrasada deixada por Kleiton Lima e Jorge Barcelos. Nossos últimos trabalhos em seleção de base foram ruins, então é hora de tentar tudo o que puder, vai fechar nessa situação agora grupo pra 2015? Não tem como e nem deve. E a gente que reclamou tanto de amistosos, ELES SERVEM EXATAMENTE PARA ISSO.
    Ano que vem sim, dando continuidade a esses amistosos, aí já vou querer um time pra disputar o mundial. Mundial esse que já tem dono e que pelo que vi na Euro que rolou na suécia agora, dá pra pensar numa semifinal em 2015. Basta ter o minimo de preparação, continuar nessa toada de amistosos, porque é EUA contra o resto do mundo, ninguém vai tirar delas o titulo ali no Canadá ao lado jogando em grama sintética.
    MINHA CORNETA POR ENQUANTO AINDA ESTÁ GUARDADA, EM 2014 ELA PODE VOLTAR. Tomara que não volte.

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