BRASIL: Não nos faltam atletas. Faltam profissionais qualificados para trabalhá-los


imagem ilustrativa retirada da internet
Brasil, um país de grande diversidade étnica, dos mais variados traços físicos que poderiam ser a mina de ouro de nossos esportes.

Nos faltam políticas publicas para o esporte. Mas é fato que nos faltam profissionais qualificados, capacitados e com o feeling necessário para transformar a matéria bruta em obra prima.

Muitos ditos "profissionais" trabalham materiais totalmente diferentes (atletas/pessoas) de formas iguais e se esquecem que apesar de toda parte fundamentada de cada modalidade, nenhuma delas tem uma receita de bolo que torna possível trabalhar de uma única maneira, com indivíduos diferentes e obter assim resultados iguais. 

A formação/lapidação do individuo e suas qualidades em atleta requer a compreensão do desenvolvimento motor de cada um. Sua bagagem motora infantil/juvenil proveniente de todas as atividades lúdicas e participativas, a bagagem psicológica e social. Tudo deve ser observado.

É impossível transformar areia em vidro, rocha em escultura ou vento em energia se você trabalhar todos eles como trabalharia para levar a água de seu estado líquido para o sólido.  

Assim é cada indivíduo. Tem suas características físicas específicas, bem como formações psicológicas e sociais diferentes, então não se deve trabalhá-los da mesma maneira.

Nossos profissionais do esporte,  em grande maioria, vivem do "achismo" e das teorias copiadas como receitas de bolo do livrinho da Dona Benta. Sem falar daqueles que após a graduação esquecem todo o estudado e criam suas próprias (e nem sempre adequadas/eficientes) teorias.

Moral da história?  Talentos descartados ou talentos trabalhados em talvez apenas 50% de seu real potencial.

Nem toda garota ou garoto que quer jogar futebol tem as características para o futebol, mas pode ser um bom jogador de basquete, um bom maratonista, um velocista. Deveriam então ser encaminhados (depois de devidamente instruídos e embasados técnica e numericamente pelos seus treinadores) à modalidade esportiva que melhor se encaixa às suas valências físicas. 

Mas o que fazemos na realidade? Apenas o dizemos que ele não foi aprovado ou que o clube o está dispensando utilizando então as mais variadas desculpas.

Discriminamos talentos todos os dias e em todos os cantos, não por não vê-los, e sim por tê-los diante dos olhos e não saber identificar suas reais características e trabalhá-las corretamente para tornar o menino ou menina em um atleta, ou encaminhá-los para o esporte que melhor uso faria das características destes jovens.

Nos faltam políticas e incentivos maiores ao esporte e sua prática como atividade de lazer/participação, bem como falta a  profissionalização das modalidades esportivas, porém ainda maior é a falta de profissionais bem preparados para respeitar e compreender as diferenças e qualidades variadas dos materiais que tem em mãos, e aí então limpando a terra que as encobre e cortando e polindo o material para transformar pedras "comuns" em safiras,  rubís, esmeraldas e diamantes.

Precisamos refletir muito sobre isso! A culpa é de todos nós! 

Boa quarta-feira!

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