Sinto em informar: não são as medidas do campo, tamanho do gol ou as regras que atrapalham o futebol feminino

Foto: google/divulgatão Chapecoense
Muito se fala, em pleno século XXI, que o futebol feminino é pouco atraente por conta do campo ser muito grande, os gols largos e altos, e o tempo de jogo ser muito grande.

Eu escuto isso constantemente até porque sempre que posso insiro o futebol feminino em contextos e ambientes "masculinos" para tentar desconstruir a visão limitada - e culturalmente construída - de que o futebol é coisa para homem e mulher não sabe jogar.

Para a surpresa dos desavisados, posso afirmar que se essa redução de medidas e alteração de regras fosse a solução para a evolução e  para que o país,  os consumidores e investidores passassem dar atenção para a modalidade então o futsal feminino seria o maior esporte feminino do país,  mas não é... fato que coloca por terra todo e qualquer comentário dos desconhecedores da realidade e estrutura social, cultural e esportiva que enfrentam as mulheres do esporte.

Além da interferência social que está cheia de violência simbólica e dominação masculina que interfere diretamente no desenvolvimento motor e logo afeta diretamente no rendimento físico e técnico das jogadoras, a falta de gestão do futebol feminino brasileiro perpetua conceitos, pré conceitos e preconceitos, de que o futebol feminino é algo ruim.

Sem planejamento, sem interação da gestora do esporte em outros pontos sociais fundamentais, sem investimento e sem marketing o futebol delas, seja de campo, quadra, areia ou Society não crescerá.

É necessário que alguma entidade no Brasil tome as rédeas da situação e assuma a responsabilidade não apenas da gestão do esporte, mas também de interventor social e cultural.

Pra quem já gerencia o futebol masculino e possui contatos e influência não deve ser tão difícil fazer a coisa acontecer e se pensarmos por 5 minutos já temos uma chuva de idéias para ajudar nessa desconstrução de imagem esportiva e social do futebol feminino e reconstruir uma nova repleta de respeito e novos olhares sobre ELAS e o futebol

Comentários

  1. Eu era um dos que pensava dessa forma, mas a Júlia Vergueiro do Pelado Real me fez enxergar melhor a situação e hoje concordo plenamente com seu post. Parabéns !

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